Pedro, com quem os Pioneiros, apesar das normais dúvidas humanas, aprendem a firmeza da Fé.
Notas Biográficas
Não se conhece com exatidão a data do nascimento de Pedro, mas com toda a certeza nasceu no século I a. C., em Betsaida da Galileia. Segundo a tradição, terá sofrido o martírio em Roma, por volta dos anos 64-67 d. C., no tempo do imperador Nero. Era pescador no mar da Galileia, casado, irmão de André, e residia em Cafarnaum. Foi precisamente o seu irmão André que o desafiou a seguir Jesus de Nazaré. Ambos foram escolhidos por Cristo para fazer parte do grupo dos Doze Apóstolos. O Senhor disse que queria fazer dele, não apenas pescador de peixes, mas «pescador de Homens». Depois de pregar às multidões, a partir do barco de Pedro, Jesus disse-lhe: «Faz-te ao largo; lança as tuas redes para a pesca.» (Lc 5,4-7) Depois disso, ante a incredulidade de Pedro, que trabalhara toda a noite na faina sem nada apanhar, o Senhor fez diante deles o milagre de uma pesca abundante, sinal da pesca para a qual doravante Pedro e os companheiros iriam ser convocados, e sinal da presença do Reino de Deus entre os homens.
O seu nome de nascimento era Simão, mas Jesus deu-lhe o nome aramaico de Cefas, que significa rocha, pedra, do qual vem a derivar o nome português – Pedro.
Pedro foi escolhido para ser a coluna base da construção da Igreja de Cristo. A ele o Senhor disse: «Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno nunca prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e o que desligares na terra será desligado nos céus.» (Mt 16,18s)
O Novo Testamento coloca Pedro em grande destaque. A preponderância do seu lugar no seio dos Apóstolos é inquestionável, apesar de a sua inicial incompreensão da dimensão messiânica de Jesus ser igualmente bem realçada. É conhecido o seu carácter impetuoso, que o faz ter afirmações como: «Jamais me lavarás os pés!» (Jo 13,8) Simultaneamente, tem um coração suficientemente grande para exclamar vencido, depois de ouvir a explicação do gesto do Mestre: «Senhor, não apenas os pés, mas também as mãos e a cabeça.» (Jo 13, 9)
A tríplice negação de Pedro a respeito de Jesus (Jo 18,17-26) representa a sua dimensão profundamente humana, falível, insegura e receosa; mas a confissão de fé em Cristo, e o amor que por Ele manifesta, igualmente por três vezes, mostram um homem aberto ao Espírito Santo, digno de ser escolhido para conduzir na Terra a Igreja de Cristo (Jo 21,15-17).
Pedro foi o primeiro a entrar no sepulcro vazio onde o Senhor tinha sido deposto (Jo 20,6).
Pedro foi, por isso, o líder da comunidade cristã primitiva. Agiu como cabeça do colégio apostólico, por exemplo, ao nomear Matias como substituto de Judas Iscariotes, ao falar à multidão no dia de Pentecostes e ao fazer milagres em nome de Cristo.
Pedro foi preso por Herodes Agripa, mas logo foi libertado pela ação de Deus. Em Antioquia, Pedro é repreendido por Paulo por não querer estar à mesa com os gentios, com receio da opinião dos judeus (Gl 2,11-21). Contudo, em At 15,7-11, Pedro defende a abolição da obrigatoriedade de aplicação dos costumes judaicos aos gentios convertidos, dizendo que também os gentios receberam o Espírito Santo e que, portanto, o seu coração já está puro.
Parece não haver grandes motivos para duvidar que Pedro tenha sido o autor da primeira epístola de São Pedro do Novo Testamento, mas subsistem maiores dúvidas relativamente à segunda carta que, provavelmente, terá sido escrita por um seu discípulo.
Para a Igreja, Pedro é considerado o primeiro Papa, sobretudo pelo ministério que Cristo lhe confiou de apascentar o Seu rebanho, mais do que por motivos estritamente históricos. É reconhecido, pois, o Primado de Pedro no seio da Igreja, e ainda hoje se chama ao Sumo Pontífice Sucessor de Pedro.